
Finalmente, depois de tanto mistério, a AMD anunciou a sua nova linha de processadores gráficos — e a nova linha de placas de vídeo não veio para brincadeiras. Os novos chips gráficos trazem um grande número de vantagens em relação à geração anterior, incluindo suporte a resolução 4K, múltiplas telas e a nova versão da arquitetura GCN – Graphics Core Next.
Outra novidade importante apresentada pela AMD nessa nova geração de GPUs é o True Audio, um recurso que vai permitir às novas placas gráficas processar também o áudio dos jogos, trazendo efeitos especiais incríveis. Mas o que chamou mesmo a atenção foi o Mantle, uma API de programação gráfica de baixo nível que promete fazer o desempenho das novas Radeon ir às alturas.
O lema da AMD para essa geração é “Radeon is gaming”, e isso se mostra verdadeiro quando vemos o quanto a empresa se esforçou para trazer grandes companhias para o seu lado. Um exemplo é o jogo Battlefield 4, que poderá tirar todo o proveito do novo hardware da companhia através do programa Gaming Evolved e, principalmente, do Mantle.

A R9 290X, da AMD, chega para substituir a Radeon HD 7970 GHz Edition, a placa top da linha atual da AMD. Além disso, cabe a ela a tarefa de destronar a NVIDIA e sua toda poderosa GeForce GTX Titan, lançada em fevereiro deste ano.
A AMD escolheu o Havaí para lançar a sua nova geração de chipsets, e esse local não foi escolhido à toa. A nova família de chips gráficos chama-se Ilhas Vulcânicas.
Especificações
Veja o novo modelo top da AMD em comparação com os principais modelos disponíveis no mercado.
Importante: algumas dessas especificações ainda não foram confirmadas. Assim que maiores novidades surgirem, atualizaremos a tabela com os novos dados.

*Vale lembrar que, enquanto a AMD utiliza o termo Stream Processors, a NVIDIA possui os núcleos CUDA em suas GPUs. Apesar de eles realizarem basicamente o mesmo trabalho, as duas tecnologias não podem ser comparadas lado a lado, uma vez que cada uma trabalha de uma maneira distinta.
Radeon: a nova geração
A AMD apresentou linhas diferentes: R9 e R7. A primeira apresenta muito mais poder e é dedicada aos jogadores entusiastas, enquanto a segunda traz os modelos de entrada. Confira os modelos:
Linha R7:
- R7 250 (1 GB — US$ 89);
- R7 260X (2 GB — US$ 139);
Linha R9:
- R9 270X (2 GB — US$ 199);
- R9 280 (3 GB — US$ 299);
- R9 290X (4 GB sem preço ainda).
De acordo com a AMD, a nova GPU top de linha da empresa é capaz de realizar mais de 5 teraflops de cálculos por segundo, fazendo com que a R9 290X seja a placa single chip mais poderosa da atualidade. Somente para ter uma ideia da potência, a GeForce GTX Titan, lançada pela NVIDIA no início do ano, é capaz de realizar “apenas” 4,5 teraflops por segundo.
Outro ponto importante apresentado pela AMD é a banda de memória de mais de 300 GB/s da R9 290X. Isso é necessário para renderizar conteúdos em resoluções muito grandes, como o 4K, além de garantir efeitos gráficos incrivelmente complexos.
Um exemplo de o quanto a nova GPU é poderosa é que agora o número de triângulos simultâneos na tela também passou para mais de 4 bilhões por segundo, o que deve garantir um salto impressionante no nível de detalhes dos jogos.

Os planos da AMD são ambiciosos: a empresa quer investir pesado no poder dos gráficos para que games em resolução 4K sejam uma realidade em pouco tempo. Segundo a empresa, ela é a primeira fabricante de GPUs a trazer suporte oficial a essa resolução desde o início.
Os efeitos gráficos na nova geração de GPUs poderão contar com inúmeros recursos. A empresa utilizou como exemplo disso o Tressfx, que chegou junto com o game Tomb Raider, trazendo visuais incríveis para o cabelo da protagonista do game, Lara Croft. O motor gráfico Forward+ também poderá garantir visuais surpreendentes através de novas técnicas de anti-aliasing, iluminação e transparências.
Graphics Core Next: mais poder para os computadores
O Graphics core Next (GCN) chegou ao mercado junto com a geração HD 7000 das placas de vídeo da AMD. O que essa arquitetura pode fazer é promover uma nova forma de computação, gerenciando muito mais que apenas gráficos.
O funcionamento é assim: cada GPU carrega um determinado número de unidades de computação (ROPs). Cada uma dessas unidades é responsável por gerenciar certo número de processadores stream. Desse modo, as GPUs AMD são capazes de controlar um número muito maior de processos simultaneamente: algo que, até então, era relegado à CPU principal do computador. Tudo isso é gerenciado pelo Graphics Core Next.
Além disso, a arquitetura também é responsável por gerenciar com mais eficiência todos os recursos da placa de vídeo, permitindo que novas ferramentas de renderização possam ser empregadas sem que haja um impacto significativo no desempenho do sistema. Outro benefício do GCN é a utilização mais inteligente dos recursos energéticos da placa, consequentemente gastando menos e gerando menos calor.

A nova geração do Graphics Core Next traz os mesmos recursos e inova apresentando muito mais ferramentas que antes. Uma das novidades é suporte completo ao DirectX 11.2, que permite novos efeitos especiais nos jogos e na interface do Windows 8, acelerando todo o computador e não somente os games.
Mas as novidades não param por aí.
Unificando as plataformas de jogos
A AMD pretende criar um modelo unificado de jogos, unindo plataformas como PCs e consoles. E a empresa já deu o primeiro passo nessa direção, uma vez que todos os consoles da nova geração trabalham com arquitetura AMD.
De acordo com a empresa, nunca foi tão fácil desenvolver games cross-platform. Para isso, a AMD está apostando no Graphics Core Next e nas linhas Radeon R7 e R9 para integrar todas as plataformas de jogos: consoles, PC e nuvem.
Os quatro pilares da estratégia unificada de jogos são console, nuvem, conteúdo e cliente — e tudo isso será apresentado com o Mantle.
Mantle API: programação de baixo nível nos PCs
Para garantir que os PCs possam oferecer experiências ainda mais ricas, a AMD está introduzindo o Mantle, uma nova API de programação gráfica de baixo nível, desenvolvida especialmente para trabalhar com o Graphics Core Next. O Mantle faz o oposto de APIs de alto nível, como o Direct3D e o OpenGL, que oferecem mais compatibilidade.
O objetivo principal do Mantle é garantir o máximo desempenho, fazendo com que o jogo possa se conectar diretamente com a placa de vídeo, próximo do que acontece em um video game, por exemplo. O conceito é simples, mas como a AMD pretende fazer isso funcionar?
É aqui que entra na jogada o fato de a AMD estar trabalhando com a Sony e com a Microsoft na nova geração. A empresa é a responsável por fornecer os chips que movimentam esses consoles, e esses chips são baseados na arquitetura Graphics Core Next. Desse modo, é a AMD que precisa criar o software e o hardware dessas plataformas.
É de conhecimento de todos que os consoles são plataformas otimizadas. Eles trabalham com programação de baixo nível, pois isso, além de mais prático, permite que os desenvolvedores consigam atingir o máximo de performance. Isso é possível porque o hardware de um console, diferentemente de um PC, é fixo. Mas e como levar isso para os computadores?

A AMD está desenvolvendo as APIs de alto e de baixo nível para os consoles. As novas APIs de alto nível já estão presentes nos PCs: trata-se do DirectX 11.2. Sabemos que o Xbox One trabalha com o DirectX, então estaria a AMD trazendo a programação de baixo nível do console diretamente para os PCs? Pelo que foi dito até agora, parece que é exatamente isso.
Isso pode garantir que os desenvolvedores criem ports dos games de Xbox One para o PC sem precisar modificar completamente o código, utilizando inclusive partes da programação em baixo nível utilizada no console.
De acordo com a AMD, os desenvolvedores de jogos pediram uma ferramenta assim, por isso surgiu o Mantle. Mas será que os desenvolvedores vão embarcar nessa? Alguns, como a DiCE, já embarcaram. Segundo ela, Battlefield 4 e a Engine Frostbite 3 são completamente otimizados com a nova API da AMD, o que significa que o game não vai precisar do DirectX 11 para rodar nos computadores que tiverem placas de vídeo Radeon compatíveis com o Mantle.
O Mantle e a programação de baixo nível não são exatamente uma novidade. A 3DFx, fabricante das placas de vídeo VooDoo, já tinha uma API de baixo nível, o Glide. Os jogos desenvolvidos com essa API eram muito mais otimizados que aqueles que rodavam em OpenGL, ou no ainda novo DirectX.
Entretanto, o Glide acabou desaparecendo porque a indústria achou mais interessante trabalhar com APIs mais compatíveis.
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