A mágica do Google Fiber está na forma como ele comercializa o serviço. Antes de ser implantado (e por enquanto ele só rola em Kansas mesmo), os bairros precisam ter uma quantidade mínima de interessados para validar a ida do Google Fiber para aquela vizinhança. Tem até um mapinha, do próprio Google, mostrando o status dos bairros - os verdes conseguiram atingir o objetivo, os amarelos, não. Esse pré-cadastro, segundo o Google, é crucial para que a política de preços agressiva do Google funcione, pois com esse mapa, a empresa só leva os cabos para onde há demanda, evitando gastos desnecessários.
Em setembro passado, uma situação curiosa derivou dessa mecânica: bairros mais pobres de Kansas estavam ficando de fora. Esse fato levantou diversos questionamentos sociais e étnicos, já que mesmo antes de o Google aparecer por lá oferecendo conexões monstruosas, já havia uma divisão quase palpável de classes sociais na cidade: a leste da Avenida Troost as vizinhanças são mais pobres, os preços das casas, bem mais baixo e, no pré-cadastro do Google, a maior parte dos locais que não atingiram o número mínimo de interessados para viabilizar o Google Fiber. O mapa abaixo (via Wired), da época, ilustra a disparidade:
O Google disse que sabia dessa questão quando escolheu Kansas para o piloto do seu projeto, e que além do desafio econômico, há outros entraves mais complicados no processo de democratizar a conexão ultrarrápida. Um deles é a necessidade de se ter Internet. Os funcionários do Google que passeavam pelos bairros de Kansas constataram que muitas famílias que não tinham Internet deixavam de assinar o pré-cadastro simplesmente porque não viam necessidade no serviço. Outra questão delicada eram os pré-requisitos para o pré-cadastro: ter uma conta Google e um cartão de crédito. Muitas famílias do leste da Avenida Troost sequer tinham conta no banco? Essa situação foi amenizada com Chromebooks, que ajudavam as pessoas a fazerem suas contas Google na hora, e a aceitação de cartões de débito pré-pagos.
O Google Fiber parece uma coisa de outro mundo e tem o potencial de mudar a cara de uma cidade - há iniciativas
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